02. A Cidadela do Caos

A Cidadela do Caos

A Cidadela do Caos

Título original em Inglês:
The Citadel of Chaos

Título em Português (PT):
A Cidadela do Caos

Numeração original: # 2

Autor:
Steve Jackson (Reino Unido)

Lançamento:
07 de Agosto de 2009 e relançamento em julho de 2016

Ilustrações:
Russ Nicholson

Ilustração da capa por:
Patricia Knevitz (arte) e Ricardo Riamonde (cores) (1ª edição) e Fabrício Bohrer e Alyne Leonel (2ª edição)

Tradução para Português-BR:
Gustavo Brauner e Leonel Caldela (revisão)

Nas profundezas da Cidadela do Caos, o terrível feiticeiro, Balthus Dire, está conspirando e planejando a derrocada do povo generoso do Vale dos Salgueiros. Seus planos de combate estão prontos, seu exército assustador equipado, e o ataque é indiscutivelmente iminente.

Convocado por uma súplica desesperada de ajuda, VOCÊ é a única esperança do Vale dos Salgueiros. Aluno brilhante do Grande Mago de Yore e um mestre da magia, só você pode empreender uma missão que atinja o próprio coração do mundo de pesadelo de Balthus Dire. Que criaturas monstruosas esperam por você lá?

Review por: Thiago Macieira Rodrigues

Review em vídeo (clique no link): Thiago Macieira Rodrigues

“A Cidadela do Caos” narra a ameaça do maligno feiticeiro e senhor da guerra Balthus Dire e seu plano de conquista de Allansia, a começar pelo pacífico Vale dos Salgueiros. Nesse livro você é um graduado de Hogwarts… Digo, um aprendiz de mago, aluno da Escola de Magia do Grande Mago da Floresta de Yore (mestre de Yaztromo, Nicodemus e Pen Ty Kora, mais conhecido como “Curandeiro”) que recebe a missão suicida de entrar na fortaleza do Senhor do Caos e assassiná-lo antes que ele possa iniciar a conquista do mundo. O feiticeiro é senhor e mestre da fortaleza, caracterizada por uma sinistra torre que a permeia conhecida como Torre Negra, situada no coração dos Rochedos Craggen, lar de tribos de orcs e goblins que lá permaneceram após a Guerra dos Magos que devastou Allansia. A fortaleza, outrora construída pelo avô de Balthus, Gandor Dire, para fins pacíficos, ganhou esse nome por conta das experiências criadas por Dire em seus laboratórios com criaturas vivas e também pelo exército de caóticos (criaturas que servem o Mal e o Caos) que infestam o lugar. Balthus Dire reuniu um exército dessas criaturas e planeja conquistar todas as terras civilizadas de Allansia, a começar pelo Vale dos Salgueiros e a cidade de Salamonis.

Balthus Dire é um Feiticeiro e um brilhante Senhor da Guerra, com grandes tendências de conquista. Foi um dos três alunos de Volgera Darkstorm, um poderoso mago de outrora, junto com Zagor e Zarradhan Marr. Tomou posse da cidadela ao assassinar seu pai, Craggen Dire, e transformou a pequena guarda da Torre Negra em um vasto exército de criaturas do Caos. É também muito temido e respeitado por seus servos e pelas criaturas dos Rochedos Craggen, principalmente por sua crueldade. Ao herói, através da escolha pessoal do sábio e pacífico Rei Salamon, é dada à missão impossível de invadir o território inimigo às escondidas e secretamente por fim à ameaça de Dire. Entretanto o herói precisará utilizar seus conhecimentos de magia, bem como suas habilidades com a espada para enfrentar os servos de Balthus Dire e encontrar o caminho pela sombria cidadela até o terrível vilão.

A Cidadela do Caos

A Cidadela do Caos (2ª Edição)

Nesta aventura, o autor inova acrescentando a habilidade do herói em usar magia. O leitor tem à disposição um arsenal de magias à escolha (12 no total). Com as escolhas certas, é muito fácil chegar ao final da história. Magia é bem tratada neste livro, pois é orientada por estatísticas da mesma forma que Habilidade, Energia e Sorte, portanto, quanto mais alta a estatística de Magia, mais feitiços você pode lançar e, portanto, mais poderoso como mago você é, como se fosse você tem uma habilidade alta, você é um espadachim melhor e se você tem uma alta Energia você é fisicamente mais forte e pode aguentar mais pancadas. Tornar “Magia” uma estatística também parece se encaixar mais naturalmente na mecânica do jogo FF.

Os feitiços também são muito bons, oferecendo uma boa combinação de feitiços de aprimoramento de estatísticas para mantê-lo vivo, feitiços de batalha para deixar outras pessoas mais fracas e feitiços úteis que apenas fazem coisas úteis. De muitas maneiras, os feitiços agem da mesma forma que os itens normalmente agiriam no FF, então há menos itens para coletar neste livro do que em alguns outros. Magia é bem tratada e é a chave para vencer este livro (ao contrário da maioria dos outros FF’s mágicos, onde tende a ser esquecido ao longo do caminho) e é um exemplo da experimentação de Jackson que não foi tão longe a ponto de o livro se tornar confuso e impossível de jogar ou simplesmente insuportável. O grande trunfo deste livro é que o personagem possui chances de chegar à conclusão da aventura com os valores mínimos de Habilidade, Energia e Sorte. O herói também pode evitar a grande maioria das batalhas, utilizando itens, ainda que poucos, encontrados na cidadela que são objetos de fraqueza ou desejo de vários inimigos.

“A Cidadela do Caos” é basicamente uma aventura de masmorra, ou seja, corredores, portas, escadarias, monstros e armadilhas. Não há muito desenvolvimento da história de backgroud sobre os acontecimentos que pairam sobre o Vale dos Salgueiros, limitando a aventura a induzir o leitor a encontrar o caminho até o feiticeiro e derrotá-lo em combate. Para o herói ser bem sucedido em sua missão, ele deve encontrar diversos itens para lutar contra as criaturas de Balthus Dire e pistas que o levem em segurança pelos ardis da Torre Negra.

A história dentro da aventura pode ser dividida em quatro seções distintas: 1) O Pátio Externo (não muito interessante aqui, exceto que sugere que a Torre Negra é bastante tolerante com vagabundos em sua porta; 2) o castelo (muito para ver e fazer, com uma bela atmosfera de cenário, mas basicamente uma exploração de masmorra); 3) A parte dos calabouços e cavernas subterrâneas (essa parte até dá para ser evitada, mas se você for capturado, você deverá arranjar um jeito de escapar); 4) A própria Torre Negra (a melhor parte, de longe – uma série satisfatoriamente assustadora de encontros difíceis para prepará-lo para o próprio Dire.) Por definição, dado que você está escalando uma torre, este livro é linear, mas, neste caso, ele realmente funciona porque você não esperaria ser capaz de seguir em todas as direções se estivesse indo cada vez mais para cima, então pelo menos o que há do enredo é lógico. Há na torre mais uma referência à mitologia grega com um encontro com uma hidra feroz e um velo de ouro.

Há muitos momentos que aumentam o nível de qualidade da aventura, como a descrição inicial da Cidadela, a prisão subterrânea e o caminho pelo interior do castelo. A dificuldade mesmo eleva-se ao chegar na Torre Negra, onde os maiores servos do feiticeiro guardam a entrada para seu santuário. Destaque para os Ganjees, criaturas mágicas do Plano Etéreo e imune a qualquer tipo de arma comum (para mim, os monstros mais bem feitos de S. Jackson em toda a série); os Miks, mestres da ilusão, também do Plano Etéreo; a Hidra; a Fera de Garras (extremamente criativa), os homens-rinos e o portal-armadilha, onde um código de três dígitos é necessário para abri-la. Aparentemente, a Torre Negra está cheia de experimentos profanos de Balthus Dire. Dire também parece ser obcecado por cruzamentos (gark, homem-rino, cães-macacos etc), o que aumenta a estranheza adequada das criaturas do Cidadela. Mas o auge em termos de qualidade e criatividade se revela na batalha contra Balthus Dire, onde há uma gama de opções ao aventureiro para lutar contra o feiticeiro. Parece que S. Jackson gastou um bom tempo preparando esse encontro final, que é o clímax de toda a aventura. Pode-se lutar contra ele com magias, com um duelo simples de espadas ou utilizando objetos da sala da batalha. Nesse ínterim há chances do aventureiro se recuperar caso o feiticeiro consiga alguma vantagem em uma magia lançada e vice-versa. No entanto uma escolha errada pode ser fatal e aí que se mostra até onde pode ir a intuição do leitor. Aqui, a engenhosidade do leitor vai ser mais importante do que usar a mera força bruta. Um lance genial do autor! Existem também alguns encontros humanos interessantes que contribuem para a atmosfera do livro. Há encontros humanos também. Você conhece os filhos de Dire e sua esposa, o que eu pessoalmente considero um toque muito agradável.

Achei o livro mais curto que seu antecessor, o Feiticeiro da Montanha de Fogo, talvez porque a Torre negra seja bem linear, e não um labirinto enfadonho. Uma coisa que eu realmente gosto na Cidadela do Caos é a arte. O trabalho de Russ Nicholson neste livro é muito bem representado e realmente resume como você está visualizando a Torre Negra em sua mente à medida que vai avançando nela. Com imagens escuras, representando as sombras. Conforme você avança do castelo para a Torre, a imagem fica muito mais branca e limpa e dá uma boa impressão de passagem de uma ala para outra. A capa da Jambô em sua primeira edição mostra uma das criaturas da Cidadela, um calacorm, mas é muito escura e mal se consegue ver o monstro. Para mim, a arte foi horrível. A capa da segunda edição melhorou notavelmente, tirando o tom sombrio e colocando mais colorido, com tons vermelhos e representando o guardião homem-rino em destaque. O segundo livro-jogo Aventuras Fantásticas (embora tenha sido o primeiro publicado no Brasil na década de 1990) foi construído muito bem sobre as bases do primeiro, apresentou-nos um vilão muito mais agourento e assustador e nos deu uma razão válida para tentar derrotá-lo. Uma boa leitura: aventura com boa dose de encontros criativos, com diversas possibilidades de embate e solução, enigmas simples e um clímax que se resume em uma batalha espetacular.

Notas e curiosidades:

  • É muito agraciado pelos fãs por ser um livro que dá a oportunidade ao leitor concluir a aventura com os valores mínimos iniciais de Habilidade, Energia e Sorte. Steve Jackson queria propiciar uma aventura onde qualquer um, com uma dose de sorte, conseguisse terminar a história, não importando quão baixo fossem os valores iniciais.
  • Esta aventura possui um sistema de magias que seria expandido na série Artes Mágicas!
  • A batalha com Balthus Dire envolve um complexo sistema de disputa de feitiços que durou horas de trabalho árduo para o autor. Steve Jackson elegeu Balthus Dire como sua criação favorita de toda a série.
  • Balthus Dire aparece também no romance “As Guerras de Trolltooth”, onde Narra a história de seus primeiros anos e seu primeiro plano de conquista de Salamonis, através de uma guerra com seu rival Zarradhan Marr.
  • O livro foi republicado em 3 de junho de 2002 pela editora britânica Wizard, com a capa ilustrada por Kevin Jenkins.

Localização: Norte de Allansia, Titan
Localidades:
Referências: 400

Erratas:

  • Referência 60: Onde se lê: “Levitação? Vá para 35”, leia-se: “Levitação? Vá para 33”
    Créditos: Maira Porto Ribeiro

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8 Respostas

  1. Alguem sabe dizer se a Jambo está corrigindo os erros das versões da Wizards ou se a própria Wizard está corrigindo os erros dos livros lançados lá fora??

  2. Em “As Guerras de Trolltooth” é mostrado o conflito entre Balthus Dire e Zarradhan Marr e não é declarado que Dire ambiciona conquistar Salamonis. Na verdade o ataque ao reino do Rei Salamon é uma hipótese que o protagonista do romance, Chada Darkmane, deseja evitar: que o vencedor do conflito emerja mais forte e que, com seu grande rival derrotado, tenha impeto expansionista e avance sobre Salamonis.

    • SIm, muito bem observado. Gosto esse livro porque mostra um pouco da real crueldade desse antagonista, assim como o Marr. também mostra que o Zagor pode ser uma pessoa bacana e explica porque Zagor perdeu as suas chaves na montanha.

  3. (Cara, sou muito azarado… Se mesmo esse livro sendo cotado como um dos mais fáceis, eu não avancei muito nas TRÊS TENTATIVAS que fiz! Hahaha!)

    • Relaxa, só há um caminho certo, infelizmente. Vá anotando os números para fazer um mapa que ajuda muito.

  4. A Cidadela do Caos é uma aventura simples e complexa ao mesmo tempo. Sua premissa é entrar na fortaleza, avançar até o alto da torre e derrotar o poderoso feiticeiro Balthus Dire. Porém, a objetividade da missão esconde a diversidade de caminhos a serem explorados e dos meios oferecidos para realizar tal proeza. Uma obra prima de Steve Jackson para todos os tipos de aventureiros!

    Segue link para GAMEPLAY: https://youtu.be/QEetIVpH4KA.

    😉

    • Sim, um dos meus favoritos. É uma missão de infiltramento cuja batalha final grandiosa faz desse livro um verdadeiro épico,

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